Sou fã das idéias cyberpunk muito antes de sequer saber que levavam este nome.
Cresci assistindo "O Homem de 6 Milhões de Dólares", na parte "cyber" do troço, gostava de filmes Noir, na parte estética, e era um pouco "punk", pelo menos no que diz respeito a contestar "autoridades", ainda que no caso fosse uma professora linha-dura na segunda série.
Oyutra de minhas paixões antigas era o RPG, que, infelizmente, só consegui jogar aos 19 anos, mas, felizmente, a minha primeira mesa "de verdade" já foi, de cara, Cyberpunk 2020.
Cyberpunk , também chamado de "o movimento", diz respeito a uma série de idéias sociais, artísticas e de atitude com relação a um mundo ao mesmo tempo "apequenado" pela facilidade de comunicação e acesso à informação entre as pessoas e tecnologia, mas também de um mundo agigantado, pois traz um pouco uma certa sensação de que somos "somente mais um" na multidão de bilhões de pessoas e em uma enxurrada de idéias.
Cyberpunk fala sobre altíssima tecnologia, consumo, novas percepções sensoriais e relacionais entre as pessoas, não em um futuro de alguns séculos distante, mas sobre décadas, de um tempo-espaço mensurável em uma, no máximo duas gerações (há exceções).
Também discute o que significa ser humano, o que realmente quer dizer, afinal, "identidade", livre-arbítrio e vontade.
A principal dicotomia de Cyberpunk é, no meu entender, não a econômica (ricos x pobres), mas sobretudo é um discurso sobre o corpo, sobre o que é natural e o que não é, e a diferença entre informação e conhecimento a respeito das coisas. Cyberpunk é visceral, ainda que as entranhas, aqui, sejam feitas, muitas vezes, de material clonado em laboratório, ou de plástico e cobre.
Cyberpunk é um excelente cenário de RPG exatamente porque permite um olhar pessoal e diferente para os possíveis desdobramentos de cada tecnologia, cada ação social e econômica, e cada idéia cultural. Como as novidades envelhecerão nos ´próximos anos, e o que será perecível ou permeado de novos significados.
Venha se deslumbrar, mergulho do topo de um arranha céu climatizado direto na multidão de bilhões de pessoas. Venha ser um cyberpunk.
Cyberpunk é um dos meus temas favoritos e, infelizmente, um que nunca pude explorar a fundo em meus jogos (com exceção de Mage, que não é bem cyberpunk).
ResponderExcluirAté preparei um cenário distópico para nWoD, mas ainda não pude usar.
Meus parabéns pela sua matéria. Sou um apaixonado pelo gênero cyberpunk, e é muito bom ver pessoas que valorizam e agregam informação sobre esse conceito.
ResponderExcluirEssa descrição foi muito boa, sempre que puder, poste mais material no blog, tenho um wordpress dedicado ao cyberpunk tbm https://cyberculturabr.wordpress.com/
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