segunda-feira, 29 de abril de 2013

Cyberpunk 2077 + Blade Runner

Um vídeo feito por fãs usa musica do filme Blade Runner para o clipe de apresentação de cyberpunk 2077.

Ficou bacana.


(O video original pode ser assistido aqui:)

sábado, 27 de abril de 2013

HEROBRINE (Minecraft) Um verdadeiro "Ghost In The Shell"?

Descobri essa por acaso: Há toda uma teoria conspiratória entre jogadores de Minecraft
 sobre um tal "Herobrine", uma espécie de fantasma/ zumbi/ assassino que aparece eventualmente nos jogos de Minecraft.

Quem me explicou foi meu filho Bernardo, que tem 11 anos é adora o jogo, mas pessoalmente achei a historinha engraçada, a ponto de escrever sobre isso.

Então vamos ao que reza, mais ou menos, a lenda:

Um jogador desconhecido (possivelmente o amigo de um amigo meu), pensou ter visto uma vaquinha em algum canto. Na realidade, ao se aproximar, viu que era uma "Skin", uma "imagem" de Steve (Steve Notch, criador do joguinho). O problema é que ele NÃO estava em um jogo multiplayer e este tipo de ícone/personagem não deveria aparecer ali.

Com assustadores olhos esbranquiçados, o tal ícone caçou e matou o personagem do tal jogador desconhecido. A partir daí a história virou um viral e passou a ocorrerem diferentes relatos similares pela rede afora.

Porque é assustador? Porque, primeiro, ele é um personagem assassino, e , segundo, ele é supostamente o irmão morto de um dos criadores, mesmo que o mesmo produtor afirme de pé junto que nunca teve irmão.
Ao meu ver é a primeira manifestação conhecida e popular de um 'Ghost In The Shell" (ou suposta aparição). GTS é um filme/seriado (um animê) japonês onde é discutida exatamente a seguinte idéia: Com o avanço e aumento da complexidade da rede de computadores, fatalmente surgiria um "Fantasma na máquina", uma conciência em algum ponto que poderia ter sua própria agenda.

A fama do personagem é tanta que até na revista "Recreio" desses dias veio uma reportagem a respeito. O que mostra que a moleca já convive com seus prórpios fantasmas e lendas urbanas mais modernas que a nossa e a "Loira do Banheiro".

Ainda que o tal "Herobrine" esteja maios para um fantasma de "O Chamado" que para um "Wintermute" de Neuromancer, é uma ideia bacana demais para não ser aproveitada em RPG.

Meu problema aqui é  o seguinte: Eu raramente mestro fantasia (cenário de Minecraft) e nunca mestro Terror (sou especialmente ruim em cenários deste tipo), mas como queria aproveitar a idéia, a solução foi transformar o personagem em um "programa" na NET, um desafio aterrorizante para Netruners em uma aventura cyberpunk (no caso, cyber 2020).

Então vamos aos cados do programa-assassino:

Programa: HEROBRINE
Tipo Vírus Anti-pessoal
Força (strenght) 7   MU (tamanho do programa) : Desconhecido (opcional 5, se desejar)
Opções: Ele é praticamente uma AI, então dê a ele espaço MU 5 para eventuais programas, se quiser.
Descrição: Herobrine é um programa antigo, de pelo menos uns 10 anos em 2020, e está ali faz muito, muito, tempo atacando hackers. Se destruído garanta com que os jogadores nunca tenham certeza se ele era  o original ou uma cópia.
O "programa" ataca Netrunners desavisados e frita seus cérebros sem piedade, mas, para tornar a coisa interessante, sugiro que um D6 seja rolado se  o ataque dele for bem sucedido. resultados 5 ou 6 resultam não em dano cerebral, mas em destruição do ícone e dos programas do personagem.
Icone (ver imagem): Ele é um homem "quadradão" (no estilo Minecraft) mas com olhos aterrorizantemente brancos. Pode eventualmente ser enganado por programas de invisibilidade, mas o efeito precisa ser rolado a cada turno (1 d10 x 7) para ter efeito.

Abração


E bora dormir de luz acesa!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Batman Cyberpunk: Cavaleiro das Trevas (1 de 2)


Batman é um dos maiores super-heróis da história. E, para seu mérito, sem ter, de fato, "super-poder" algum.

Em essência, a Era dos Supers, que começou com o "Nietszcheniano" Super-Homem, sempre discutiu, de algum modo, o que nos faz humanos (ou super-humanos).

 Sugestão? Deixa a musica rolando, ela não é original do filme, mas siom do Batman, só é legal de ouvir enquanto lê o texto 

Bruce Wayne, surgido pouco tempo depois de Clark Kent,  era o alter-ego milionário de Batman (criado por Bob Kane e o nem sempre citado Bill Finger), que, por sua vez, foi possivelmente teve parcial influência do filme chamado "Morcego Humano" de 1926. (o filme, mudo, está em domino público, e a quem se interessar, pode ser assistido aqui: The Bat).

Depois de várias fases e fezes com o personagem, a década de 1980 trazia para ele e para a Editora DC Comics maus bocados e uma série de histórias que pareciam contradizer umas às outras. A solução, a série "Crise nas Infinitas Terras", uma das poucas maxis a realmente funcionarem, trouxe frescor aos personagens da editora, e em especial ao Homem-morcego.

Neste clima, com séries como Watchmen saindo do forno, saia "Batman - O Cavaleiro das Trevas" (BCV), de Frank Miller, uma obra-prima. A série jogava Bruce Wayne como um homem envelhecido e com problemas de junta (junta tudo e joga fora)em uma Gotham City ainda mais violenta e caótica.

A aventura, em quatro partes, usa com muita propriedade, visuais cyberpunk, que estava em voga no período, e transforma o ambiente "conhecido" da cidade em um terreno fértil para novas soluções.

Politica & Economia:
Enquanto cyberpunk "clássico" tende ao alinhamento político de esquerda, com pesadas críticas sobre o sistema e a violência decorrente de políticas econômicas quase medievais em termos de direitos humanos, BCV  é um oposto disso, com uma defesa de uma agenda de direita, para os padrões de hoje, bastante clara.

Isto é sentido nos discursos feitos pelos reporteres e pelos próprios médicos que acreditam que um ser-humano é corrompido pela sociedade, mas pode se redimir, enquanto Batman "sabe o mal que se esconde no coração dos homens" (citação obriogatória de O Sombra) e acha que a coisa só se resolve na base dos sopapos. Há também uma crítica a um general que vendia armas a grupos terroristas, que convenientemente, adquire uma súbita crise de conciencia e se mata, e é honradamente embrulhado na bandeira americana (junto com meu estômago) em uma cena dispensável no gibi. Nem tudo é perfeito.

Há questões, no entanto, críticas à propria direita, com um Presidente Reagan e o patriotismo descabeçado do "Escoteiro Azul" sendo duramente criticados, e isso redimiria qualquer Muller de qualquer coisa.
A Wayne Enterprises continua a não ter grandes relevâncias em termos sociais. Ou não é ciada ou faz "caridade" em projetos sociais, e a verve das Mega-corporações, típica de Cyberpunk, é assim ignorada.

Os políticos são vistos como pessoas manipuladas, fracas ou indecisas,  e sofrem uma crítica aqui bastante severa em termos de escolhas pelos direitos humanos, sobretudo porque os criminosos, em especial a Gangue dos mutantes, é descrita como algo próximo de animais.

A sexualidade é outro tema espinhoso. O Batman de BCV é "espada". Traçou a Selina no passado, tem uma adolescente como sidekick (afastando esta versão da do Batman dos seriados dos anos 1960) e "Bat" o pau na mesa (desculpem o trocadilho, não resisti, hehehe). Coringa e o Chefe dos Mutantes são homossexuais. Coringa é afetado e, salvo algum engano, aparece um namorado do mutante em algum momento. A sexologa Sue
Johanson, uma das maiores autoridades mundiais em sexualidade , e com um programa sobre o tema, também é caricaturizada aqui como uma especialista em sexo um tanto obssessiva. Nada contra. Gosto dela e ela faz um bom trabalho, mas é divertido ver uma brincadeira bem-feita.

Não esquecendo os pais de Carrie Kelley, a "Robin" da aventura, cujos pais, de esquerda, além de criticarem a truculência de Batman, são definidos de certo modo como hippies fora de moda, maconheiros e pais não exatamente atentos.


 Mas, minha opinião, Frank Miller ainda não tinha sofrido do que é chamado de "Brain Eatter", e boa parte das críticas tem duas mãos, inclusive podendo serem lidas como uma boa ironia, sem danos de fato. Vulgo, o fato de um violento Batman resolver a deliquência e  o terrorismo usando os punhos, mas em um corpo envelhecido, falam mais do envelhecimento dessa "linha dura", que só é possível alcançar resultados via ficção em um mundo bem mais complexo, do que exatamente funcionam como proposta séria. Vulgo, é só um gibi, e ainda pode ser aproveitado enquanto narrativa.

Estética:
A temática urbana, de uma cidade que engole as pessoas e as tritura, central em boa parte da literatura cyberpunk, permanece forte, e dá uma espinha dorsal ao gibi suficiente para considerá-lo cyberpunk, no entanto.


BCV, portanto, é um Cyberpunk sem o punk e sem cyber, mas ainda assim pertence ao gênero, porque sua estética é totalmente cyberpunk. A melhor forma de descrever isso é a gangue dos mutantes.

O visual "punk" das roupas, os óculos "de ciclope" que acompanhavam boa parte das ilustrações e histórias cyberpunk, a falta de perspectivas resultando em uma cultura de ultra-violência e o desrespeito pelas autoridades são típicas de gangues cyber. Espinhos implantandos na pele e ameaçadores dentes afidados em uma espécie de "Reconstrução Corporal", fora a prória escolha de "mutantes", simbolizando pessoas que deixaram a condição meramente humana.

Ao mesmo tempo, a cidade. Enorme, calorenta, com arranha-céus que parecem servir apenas para trazer uma diominuição das pessoas em uma selva urbana, as roupas futuristas de policiais, e apropria armadura hightech que ele usa ao enfrentar o "escoteirão". 

Há também a onipresença da mídia a cada poucas páginas (fórmula usada também em
Robocop) sendo "sutilmente" coagida a não dar esta ou aquela informação.  A unica forma de comunicação livre é o boca-a-boca (o gibi não faz bom uso da INTERNET, coisa que ainda era pouco difundida em obras e subvalorizada em algumas obras - possivelmente o ponto mais negativo  ao se tratar de Batman como uma obra cyberpunk).

E há o Duas-Caras figura que , tendo sido desconfigurado no passado, passa a ter uma  ao mesmo tempo simboliza a dualidade e os conflitos entre ser um monstro ou um paladino, entre o belo e o grotesco, e sofre do que em Cyberpunk 2020 é chamado de "cyber-psicose, um desligamento empático com outros seres humanos a partir de mudanças corporais.

E sim pode parecer forçado aqui, mas o fato é que há um temor primordial a partir das cicatrizes, a ausência de um rosto ou corpo humano que é aproveitada tanto  em diversas histórias de terror (Jason, Freddy Kruegger, Massacre da Serra Elétrica, Hellraiser e por aí vai), como é uma temática central em cyberpunk, ainda que no caso o que "desfigura a alma" possa ser não uma imperfeição, mas exatamente a ausência dela. E afinal, o rosto de Harvey está perfeito, mas não-condizente com sua "alma" de monstro, o que poderia ter ajudado ele a surtar mais rapidamente.

Violência:
São quatro os gibis da obra, cada um com um inimigo central. Todas as questões primordiais resolvidas em porradaria (o que é esperado, afinal é o Batman). Mas a cidade é toda ela uma "zona de guerra", um local onde a polícia mal consegue sobreviver nas ruas e onde cada saida para comprar leite ou ir a um fliperama traz consigo um perigo mortal.

O bat-carro é agora um tanque. Algo "mais adequado" para a zona de gurra que Gotham é na maior parte do tempo. E aparentemente quase todo mundo "exceto os civilizados ou os tolos- ambos a mesma coisa em Gotham" portam armas de fogo.

Nesse ambiente os jovens "mutantes" passam de gangue desorganizada a uma organização paramilitar. Que, para benefício de Muller, pelo menos também comete seus excessos, ainda que o problema seja minimizado pelo autor.
A juventude é uma força a ser temida em cyberpunk, tanto quanto os poderes economicos, porque surgem com novas soluções para velhos problemas e porque, em vez de precisarem se adaptar a um novo meio economico/ tecnológico, são nascidos e criados ali e capazes de fazer usos que sabotam o mainstrean contra si mesmo.

A solução criada por Muller, no entanto, é um bocado perigosa, porque historicamente, quando  um bando de jovens uniformizados organizados  e com um lider carismáticos se reunem para "pregar a ordem social" (e os bons costumes) em uma estrutura do gênero, costuma dar, usando o bom português, em uma baita de uma merda.

Apesar disso, como é um gibi, a coisa funciona e a liderança de Batman resolve  o problema, conduzindo as mentes dos jovens (agora não mais animais selvagens, mas bichos devidamente domesticados).


Em resumo: Com tudo isso que disse, posso dar a falsa impressão de NÃO gostar do gibi. Ao contrário, eu adoro ele, mesmo com essa verve conservadora, ou apesar dela. Afinal é um gibi do Batman, e seria esquisito ver um Batman anarquista ou defensor de direitos civis. É escapismo, e nele tudo vale.

Fora isso BCV é cyberpunk, sim. Talvez em um grau menor do que Digital Justice (que escrevo sobre um dia desses)

Parte 2: Breve texto sobre Gotham como cenário cyberpunk.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Olho Biônico???

Comecei a pesquisar algumas noticias sobre implantes e seus avanços e me deparei com isso:

Beemmmm bacana. Se não for Hoax, pelo visto tenho coisas pacas para me atualizar sobre o tema.
Braços

quarta-feira, 24 de abril de 2013

O Primeiro Homem Biônico Está Entre Nós?

Seguindo notícia do History Channel (fonte sempre duvidosa), o texto é algo diferente do que parece.

Na verdade, REX é um boneco cujas funções já imitam com qualidade 70% da nossa anatomia  (possivelmete o que eles querem dizer é fisiologia, porque anatomia, em si, creio, bastaria ter aparência similar à humana, mas isso, creio, já foi obtido com perfeição ou próximo dos 100%).

"Embora represente um avanço absoluto, os cientistas responsáveis por sua construção destacaram que ainda é muito cedo para criar protótipos que possam funcionar de forma independente, sem a intervenção dos humanos."

O inferno, meus amigos, está nos detalhes. Fora que a mente humana é algo de tarefa hercúlea para ser imitada - acho que chegamos lá um dia, mas demora.

Seja como for, houveram avanços espetaculares nessa área, e REX é boa notícia.

Não deixa de ser interessante  o vídeo acima, a começar pelo título "The bionic man, and what he tells us about the future of being human" (Tradução livre, O Homem Biônico e  o que Ele diz a respeito do futuro de ser humano"). E interessante porque reforça e atualiza questões que já são discutidas em FC há anos, sobre corpo e identidade.

A melhor obra de ficção que conheço a respeito ainda é a série "Ghost In The Shell" (o seriado, não o longa, que é bom, mas não chega aos pés do que fizeram na série).
GTS é conhecido, mas falo sobre isso outro dia.

A tecnologia para próteses de membros, seja como for, tem trazido avanços espantosos.
Um bom exemplo, desses dias também, é ESSE AQUI, próteses que podem ser movidas com a "força" do pensamento

(Cientistas desenvolvem prótese wireless que funciona com a força do pensamento)
Diz  o texto que:
"O pequeno aparelho (ele tem o tamanho de um comprimido) é acoplado à superfície do córtex motor, área do cérebro responsável pela nossa movimentação e coordenação motora. Basta a pessoa pensar no movimento que deseja fazer e a prótese obedece."

Promissor, não?



Cyberpunk: Fronteiras

Gosto de brincar que sou o "Último mestre" de cyberpunk 2020 vivo. Mentira deslavada, eu sei, mas certamente sou o blogueiro que mais posta coisas em português para  o sistema.

Sou fã das idéias cyberpunk muito antes de sequer saber que levavam este nome.

Cresci assistindo "O Homem de 6 Milhões de Dólares", na parte "cyber" do troço, gostava de filmes Noir, na parte estética,  e era um pouco "punk", pelo menos no que diz respeito a contestar "autoridades", ainda que no caso fosse uma professora linha-dura na segunda série.
Seja como for, só vim a realmente entender o que esta junção de palavras em um nível mais filosófico e literário-cinematográfico com o tempo (aliás, ainda tento entender um ou outro conceito, às vezes).

Oyutra de minhas paixões antigas era o RPG, que, infelizmente, só consegui jogar aos 19 anos, mas, felizmente, a minha primeira mesa "de verdade" já foi, de cara, Cyberpunk 2020.

Cyberpunk , também chamado de "o movimento", diz respeito a uma série de idéias sociais, artísticas e de atitude com relação a um mundo ao mesmo tempo "apequenado" pela facilidade de comunicação e acesso à informação entre as pessoas e tecnologia, mas também de um mundo agigantado, pois traz um pouco uma certa sensação de que somos "somente mais um" na multidão de bilhões de pessoas e em uma enxurrada de idéias.

Cyberpunk fala sobre altíssima tecnologia, consumo, novas percepções sensoriais e relacionais entre as pessoas, não em um futuro de alguns séculos distante, mas sobre décadas, de um tempo-espaço mensurável em uma, no máximo duas gerações (há exceções).

Também discute o que significa ser humano, o que realmente quer dizer, afinal, "identidade", livre-arbítrio e vontade.

A principal dicotomia de Cyberpunk é, no meu entender, não a econômica (ricos x pobres), mas sobretudo é um discurso sobre  o corpo, sobre  o que é natural e  o que não é, e a diferença entre informação e conhecimento a respeito das coisas. Cyberpunk é visceral, ainda que as entranhas, aqui, sejam feitas, muitas vezes, de material clonado em laboratório, ou de plástico e cobre.

Cyberpunk é um excelente cenário de RPG exatamente porque permite um olhar pessoal e diferente para os possíveis desdobramentos de cada tecnologia, cada ação social e econômica, e cada idéia cultural. Como as novidades envelhecerão nos ´próximos anos, e  o que será perecível ou permeado de novos significados.

Venha se deslumbrar, mergulho do topo de um arranha céu climatizado direto na multidão de bilhões de pessoas. Venha ser um cyberpunk.