quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Ciborgue: O Homem de 6 Milhões de Dólares

Antes de mais nada, a musiquinha de abertura:

A imensa maioria de vocês certamente nunca assistiu, e, desconfio, muitos talvez nem saibam do que se trata.

Mas "O Homem de 6 Milhoes de Dólares" foi um dos seriados mais importantes que a minha geração (nascidos no começo dos anos 1970) pode assistir. E 6 milhões era dinheiro pra cacilda na época na percepção popular. O tipo de coisa que só uma agência governamental poderia gerir.

A premissa era simples: Steve Austin, um ex-astronauta e piloto de testes sofre um baita acidente. Ele perde membros e até um olho e o governo resolve que ele será a cobaia perfeita para seu programa secreto.

Melhor, mais rápido e mais forte, o personagem era inspirado em uma série de livros de Martin Caidin (que confesso, nunca li, apesar de ter um dos livros) e vinah, em termos estéticos, muito na onda do filme "Westwolrd" (o que , não conhece esse também? Dá uma olhada que é um clássico).

Os rostos de muitos dos vilões eram mascaras com computadores por detrás e a tecnologia era tão avançada que computadores que usavam fitas de programação ocupavam salas inteiras.

O grande lance é que Steve era um agente de uma agência de segurança, e usava seus atributos sobre-humanos, além de sua inteligência, em uma competente (para os padrões da época) série de ação e aventura.

Além de fazer a alegria da molecada, o seriado tinha uma musica tema bem marcante e um conjunto de efeitos sonoros que faziam a alegria na hora de brincar com amigos.

O principal efeito era um que pareciam sons mecânicos se esticando, simulando os "musculos" de braço e pernas de Steve.

Fora ele havia um que parecia um sonar para o olho (eu sei, eu sei) e um "vuuupt" para saltos.

As cenas de ação eram especialmente criativas.sabe aquele truque do John Woo de fazer cenas incrivelmente lentas? O seriado do Homem-Biônico (como chamávamos) já usava isso à vontade.

Os implantes de Steve eram, principalmente, ambas as pernas, o braço direito (e eles sempre faziam ele lutar e bloquear com um braço só)  e o indefectível "olho biônico" que tinha visão telescópica e era um recurso fundameltal em diversas ocasiões.

O seriado deu uns três Spin-offs:

-O clássico e conhecido "Mulher Biônica" (relançado alguns anos atrás e infelizmente sem audiência). Vou falar sobre ela um dia desses.

-Um que era de um Pé-grande e um garoto selvagem (???) - ah, porque sim, o Homem Biônico
enfrentou um Pé Grande Robótico uma vez.

-Um de um episódio só de um cara que tinha um implante de memória e aprendia qualquer coisa gravada por alguns dias, - como, por exemplo, aprender a fabricar dinheiro americano para pegar um grupo de golpistas. Esse seriado não foi pra frente e só eu me lembro dele.







Houveram, também, umas coisas tipo "O Filho de Ciborgue" ou algo ssim, mas já foi em um momento posterior e, parece, era péssimo. Pensa na premissa: Steve sofreu um acidente e virou um homem-Bionico (ok). Conhece uma ex-tenista que caiu de paraquedas e também virou biônica (ok). Eles se apaixonam (ok, trabalhavam juntos, era azarados iguais, etc) e tem um filho. Normal.
Aí SEI LA QUE MERDA eles fazem que o FILHO também sofre um acidente e tem de virar biônico? Porra, aí chutou o balde. Péssimos pais, deviam ter tido um implante de anticoncepcional.

Aham, continuando: Os inimigos eram, em geral, gangsters, ditadores a lá Fidel, Sovieticos (claro) cientistas doidos de pedra e, claro, outros ciborgues, o acima citado Pé Grande Robótico e mais soviéticos.

Não digo para assistirem tudo. Nem eu , que adorava aquilo, tenho paciência. Mas assistam ao menos UM episódio para entenderem a vibe de ciborgues pré-cyberpunk e entender, em parte, como o Movimento Cyberpunk se organizou também em termos de influências pop.

Ah, e as cenas impagáveis contra  o Pé Grande (em castelhano, mas se liguem nos efeitos sonorose nas cenas lentas). Ah, acho que o Pé Grande era o gingante "Andre the Giant" um ator bastante popular ainda hoje (creio que já falecido).

Divirtam-se, porque tem coisas que só o Tio Brega apresenta a vocês.


O ator, Lee Major, fez um outro seriado, que fez sucesso, onde ele era um dublê, participou de algumas series, inclusive de humor e fez até  o avô do Ben 10 em um tele-filme.

Para quem tiver estômago: Procurem por "Big foot Wild Boy", mas não me responsabilizo pela sanidade perdida. Até porque tem coisas que NEM O TIO BREGA apresenta a vocês.

Abração.

FAIXA BÔNUS:
Um tema que gosto de explorar em mesa, mas faço com certa raridade é o seguinte: E se você for um "modelo" de ciborgue que tenha sido suplantado?
Esse episódio trata um pouco disso e vale como reflexão mais profunda em cima de discussões sobre ciborgues.

FAIXA BONUS 2:
Sobrinhos do Ataide, classicamente, em seu programa brincavam com a inutilidade de Steve Austin, um cara ultrapassado. Só para quem lembra disso, que fora do contexto não terá muita graça. Procurem no youtube que o link tá dando tilt aqui:

Sobrinhos do Ataíde - Sala da Justiça


Abraços  e agora chega!

Um comentário:

  1. Implante de anticoncepcional, recomendadíssimo, rs.

    Cara, não vi nenhum dos episódios. Sei que faz parte do panteão do pop dos anos 80 e tal mas não sei mesmo se vou experimentar. Bem, parece meio heroico demais para mim (não curto muito), sem contar que não "compro" James Bond pelo excesso de guerra fria ao plot. Ok, mas faz parte do contexto. Mas perece que fica meio "ultra-explorado", como os jogos-livros-séries de sobrevivência ao apocalipse zumbi hoje (não consigo gostar, coisa minha). Mas vamos ver...

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